Crise energética no Brasil
26 janeiro, 2022 por
Juliana Silva


Atualmente ouvimos muito sobre a crise energética no Brasil. Vários fatores podem marcar essa crise, sendo eles políticos, ambientais ou econômicos, que causam a dificuldade de abastecimento de energia em diversas partes do país.

Vimos que 2021 foi marcado pela falta de chuvas em grande parte das regiões brasileiras e diminuição do nível dos reservatórios das hidrelétricas nacionais. Por isso, as medidas adotadas até o momento visam aumentar as tarifas, a fim de obrigar as pessoas a mudarem seus hábitos diários.


O que é uma crise energética?


A crise energética é marcada pela insuficiência de geração de energia para suprir a demanda de consumo da população. 75% da energia elétrica produzida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, ou seja, a escassez das chuvas causam o desabastecimento dos reservatórios de água. Uma crise energética pode desencadear diversas outras crises, principalmente no campo econômico, pois o abastecimento de energia é primordial para o desenvolvimento produtivo diário da população.

Causas principais 

Um dos principais problemas é a dependência do Brasil em grande parte das usinas hidrelétricas para a geração e distribuição de energia elétrica para a população. Isso está ligado diretamente à crise atual, que é compreendida por especialistas como a pior crise hídrica vivida pelo país em 91 anos.


Como relatamos acima, outro problema da crise hídrica é marcado pela escassez das chuvas e o desabastecimento dos principais reservatórios de água do país, que passam a operar abaixo da capacidade ideal. Segundo os dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), os reservatórios que abastecem as regiões Sudeste e Centro-Oeste operavam, no início de setembro de 2021, com 22,66% do nível aconselhável, sendo o mais baixo entre todos os subsistemas que fornecem água para a geração de energia. 


Medidas para conter


Uma das medidas adotadas para superar a crise energética no Brasil em 2021 foi o acionamento das usinas termelétricas para prover o abastecimento do sistema nacional e alcançar a demanda interna. As usinas termelétricas geram energia através da queima de combustíveis, como óleo diesel e biomassa. Essa medida não é considerada a melhor a longo prazo, já que além de ser extremamente poluente para o meio ambiente, é mais cara e gera um custo adicional para o consumidor final.

Podemos ter noção desse custo quando vemos as cobranças da bandeira vermelha estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). No mês de setembro de 2021, foi criada mais uma bandeira tarifária chamada de bandeira da escassez hídrica, que aumentou as contas de energia elétrica em 6,78%, com acréscimo de R$ 14,90 a cada 100 kWh consumidos. 

Especialistas acreditam que para afastar a possibilidade de futuras crises energéticas e possíveis apagões, é necessário adotar as seguintes medidas:

Campanhas de conscientização, que foi um dos fatores adotados na gestão da crise de 2001;

Maior diversificação na matriz energética, com utilização de outras fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica.

Crises energéticas anteriores


Por mais terríveis que sejam, as crises energéticas no Brasil são mais comuns do que pensamos. Somente em duas décadas ocorreram 3 crises energéticas, sendo elas:

Crise do apagão de 2001: que foi considerada umas das piores crises energéticas pelas quais o Brasil já passou, aconteceu pela falta de chuvas e pelo baixo nível dos reservatórios dado pela demora do Governo Federal para a adoção de medidas. Na época, quase 90% da energia consumida no país vinha de hidrelétricas. 


Crise energética de 2015: atingiu as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. O que ocasionou a crise de 2015 foi a escassez de chuvas somada com a falta de planejamento central.


Apagão no estado do Amapá em 2020: aconteceu no final de 2020 e durou aproximadamente 22 dias, atingindo 13 dos 16 municípios que compõem o estado. O apagão foi causado por um incêndio nos transformadores de uma subestação de energia que abastece o estado, afetando o fornecimento de energia para 90% dos amapaenses.


Consequências 


As crises energéticas geram consequências de curto, médio e longo prazo, podendo afetar a população brasileira de diversas formas, principalmente quando se trata da conjuntura econômica e política do país.

Veja agora consequências da crise de 2021:

Aumento nas contas de energia do consumidor final causadas pelas bandeiras tarifárias mais caras;

Encarecimento de produtos e serviços atribuídos a intermediários e ao mercado consumidor, por exemplo, aqueles que fazem uso de grande quantidade de energia elétrica na produção;

Dano a estrutura de usinas hidrelétricas por funcionarem com reservatórios abaixo do nível indicado, o que pode ocasionar na entrada de detritos acumulados no fundo da água e lama nas turbinas;

Aumento na emissão de poluentes causados pelo uso de termelétricas;

Riscos de apagões.

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